Reconstrução mamária: como o cirurgião plástico pode ajudar a recuperar a autoestima

A reconstrução mamária é um procedimento cirúrgico que visa restaurar a forma, o volume e a aparência da mama após uma mastectomia (remoção total ou parcial da mama) ou uma lumpectomia (remoção de um tumor na mama). A reconstrução mamária pode ser realizada imediatamente após a cirurgia oncológica ou em um segundo momento, dependendo das condições clínicas e da preferência da paciente.

O papel do cirurgião plástico na reconstrução mamária é fundamental, pois ele é o profissional capacitado para avaliar as características anatômicas, as expectativas e os objetivos da paciente, além de planejar e executar a técnica mais adequada para cada caso. O cirurgião plástico também é responsável por orientar a paciente sobre os benefícios, os riscos e as limitações da reconstrução mamária, bem como acompanhar o pós-operatório e o resultado final.

Tipos de reconstrução mamária

Existem dois tipos principais de reconstrução mamária: a reconstrução com implante de silicone e a reconstrução com tecido autólogo (próprio da paciente). A escolha do tipo de reconstrução depende de vários fatores, como:

• O tamanho e a forma da mama contralateral (a que não foi operada)
• A quantidade e a qualidade da pele e do tecido mamário remanescente
• A disponibilidade e a viabilidade de tecido doador (abdomen, costas, coxas, etc.)
• A presença ou não de radioterapia ou quimioterapia
• As condições gerais de saúde da paciente
• As preferências e os desejos da paciente

Reconstrução com implante de silicone

A reconstrução com implante de silicone consiste na colocação de uma prótese de silicone sob a pele e o músculo peitoral, para recriar o volume e o contorno da mama. Essa técnica pode ser realizada em uma ou duas etapas:

• Na primeira etapa, logo após a mastectomia ou lumpectomia, o cirurgião plástico insere um expansor de tecido, que é um dispositivo semelhante a um balão vazio, que será gradualmente preenchido com soro fisiológico ao longo de algumas semanas ou meses, para esticar a pele e o músculo e criar espaço para o implante definitivo.
• Na segunda etapa, após a expansão adequada do tecido, o cirurgião plástico substitui o expansor pelo implante de silicone definitivo, que pode ter diferentes tamanhos, formatos e texturas.

Em alguns casos, quando há pele e tecido suficientes na mama operada, é possível realizar a reconstrução com implante de silicone em uma única etapa, sem a necessidade do expansor.

Reconstrução com tecido autólogo

A reconstrução com tecido autólogo consiste na transferência de um retalho de pele, gordura e músculo de outra parte do corpo da paciente para a região da mama. Esse retalho pode ser retirado do abdômen (retalho TRAM), das costas (retalho latissimus dorsi), das coxas (retalho TUG) ou das nádegas (retalho SGAP). O retalho pode ser mantido conectado à sua irrigação sanguínea original (retalho pediculado) ou desconectado e reimplantado na mama com microcirurgia (retalho livre).

A vantagem da reconstrução com tecido autólogo é que o resultado tende a ser mais natural e duradouro, pois o tecido se adapta às mudanças de peso e temperatura da paciente. Além disso, essa técnica pode melhorar o contorno corporal da área doadora. A desvantagem é que essa técnica é mais complexa e demorada, requer uma equipe especializada e uma internação mais prolongada, além de deixar cicatrizes na área doadora.

Simetria mamária

Após a reconstrução mamária, pode ser necessário realizar um procedimento complementar na mama contralateral, para obter uma maior simetria entre as mamas. Esse procedimento pode envolver uma mamoplastia redutora, uma mastopexia (lifting de mama) ou um aumento mamário com implante de silicone, dependendo do caso. A simetria mamária pode ser realizada na mesma cirurgia da reconstrução ou em um momento posterior.

Reconstrução do complexo aréolo-papilar (CAP)

A reconstrução do complexo aréolo-papilar (CAP), que é a região da aréola e do mamilo, é a última etapa da reconstrução mamária. Essa reconstrução pode ser realizada com diferentes técnicas, como:

• Enxerto de pele da região inguinal ou da orelha, para formar a aréola
• Retalho local de pele, para formar o mamilo
• Tatuagem, para dar cor e textura à aréola e ao mamilo
• Prótese de silicone, para simular o CAP

A reconstrução do CAP pode ser realizada após seis meses da reconstrução mamária, sob anestesia local e sem necessidade de internação.

Benefícios da reconstrução mamária

A reconstrução mamária é um procedimento que traz diversos benefícios para as mulheres que passaram por uma cirurgia oncológica na mama, como:

• Restaurar a autoestima e a confiança
• Melhorar a qualidade de vida e o bem-estar
• Recuperar a feminilidade e a sexualidade
• Harmonizar o contorno corporal e facilitar o uso de roupas
• Diminuir o impacto psicológico e emocional do câncer de mama

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