É sempre bom desmitificar: lipoaspiração e cirurgias plásticas não são cirurgias emagrecedoras. Neste sentido, a única cirurgia emagrecedora é a bariátrica, conhecida como redução de estômago.
No entanto, as cirurgias plásticas podem e devem fazer parte do plano cirúrgico de alguém que tenha feito a cirurgia bariátrica. A combinação de ambas não é questão meramente estética, ainda que auxilie muito nesse aspecto. Entretanto, as maiores benesses são para a saúde do paciente. Após a realização de uma cirurgia bariátrica, um obeso de grau 3, perde muito tecido adiposo e, com isso, a pele perde elasticidade, ficando flácida e com um aspecto de “despencado”, como se um “avental” de pele cobrisse, sobretudo, o abdome do paciente, o que, de fato, além de esteticamente desagradável, é extremamente prejudicial à saúde do paciente.
Além de problemas posturais e de equilíbrio, causados pela mudança do centro de gravidade do paciente (afinal, o peso da pele retirada pode chegar a 40 kg) é comum que se tenha nas dobras dessa pele excedente dermatites, que exalam odores desagradáveis e prejudicam ainda mais o convívio social do paciente. Outro ponto prejudicial à saúde é que o excesso de pele pode causar danos funcionais. Na coxa, por exemplo, o excesso de pele pode prejudicar o paciente a caminhar e a ter relações sexuais.
A quantidade de pele nesses casos é demasiado grande para ser eliminada de outra maneira que não cirúrgica. Ademais, não se trata mais do tecido adiposo (gordura), ou seja, não haverá dietas ou exercícios que retirem do paciente esse “avental”.
O momento ideal para se fazer a cirurgia é quando, após a cirurgia bariátrica, o paciente já parou de emagrecer, mesmo com alimentação ideal. Algumas vezes, contudo, se faz necessário o procedimento em fases intermediárias entre a cirurgia bariátrica e o fim do processo de emagrecimento.
O mais comum, quando se tem um planejamento cirúrgico adequado, é que o paciente se submeta à mais de um procedimento, afinal a quantidade de pele é muito grande e não se deve colocar a vida do paciente em risco. Em geral, cada paciente se submete à 4 ou 5 cirurgias, podendo chegar a 7 em casos mais graves. Às vezes o mesmo procedimento é feito repetidas vezes, pois, pela segurança do paciente, fica inviável retirar todo o excedente de pele recomendado em apenas um procedimento.
Apesar da maior parte da pele excedente se concentrar no abdome, e, portanto, a abdominoplastia ser o procedimento mais usado na cirurgia da obesidade, existem outros pontos nos quais o tecido adiposo se concentra e, portanto, cria-se um excesso de pele após a cirurgia bariátrica, tais como braços, mamas, coxas e glúteos. Assim, a braquioplastia, a mastopexia,a dermolipectomia da coxa e dos glúteos também fazem parte do planejamento cirúrgico da cirurgia da obesidade.